Nasce um bebê e você acha que estará dali para frente com um companheiro para a vida.
Mas não é bem assim.
O cuidar do bebê nos primeiros meses é exaustivo.
Amamentação, fraldas, choro, cólica, sono alternam sem fim.
E tem aquele monte de palpite... (escrevo um post sobre palpite em outra oportunidade)
Em média 3 meses de pura entrega para seu bebê, que não fala, que interage através de alguns sorrisos e um bocado de choro.
Você é retirada de muitas atividades sociais por não querer expor o bebê sem necessidade ou simplesmente pelo cansaço. O seu cabelo tá caindo, suas olheiras estão profundas e as roupas estranhas. Além do guarda-roupa se resumir a três/quatro camisas que você não aguenta mais olhar.
Muitas pessoas deixam de ir na sua casa para não te atrapalhar, os avós vão na sua casa ou passam uns dias por lá. Alguns amigos vem passam uma ou duas horas na sua casa, mas há pouco assunto além do bebê, que para você é essencial, mas para eles nem tanto. Eles amam vc e seu bebê, mas se cansam do mesmo assunto.
Eu falo isto, pq já fui a amiga sem filhos ou com filho maior visitando alguém que tem bebê pequeno. E o assunto é repetitivo: não dorme, cólica, só mama, chora muito, estou com sono, preciso tomar um banho decente.
O marido/pai da criança se esforça trocando fraldas, dando banho, mas você não desliga, nem mesmo tirando aquele cochilinho.
É quando você para e pensa: onde estão as pessoas?
Será que posso ligar ou chamar uma amiga(o), mãe/pai, irmão(a), vizinho, tia/tio, porteiro, chefe a qualquer hora do dia? Quando a casa está pegando fogo ou quando bate aquela solidão?
Nem sempre.
Claro, que existem pessoas mais disponíveis, mas elas estão sempre a sua disposição?
É um tempo curto, que passa, aos poucos vc se organiza, o bebê entra num ritmo diferente e tudo se ajusta a nova vida, aos novos interesses.
A solidão vai se diluindo.
Aquela solidão, aquele momento que você se reorganiza internamente para voltar ao mundo de uma forma diferente.
A maternidade mostra que esta solidão passa, te fortalece e em breve um companheiro de verdade está crescendo por você não deixá-lo só.
Sugiro leitura do livro:
A maternidade e o encontro com a própria sombra
Laura Gutman
Acabei de reler, os sentimentos aflorados pós nascimento do Gustavo me fizeram enxergar coisas que antes não entendi.
O relato da solidão é perfeito... e a indicação da leitura ótima!! Deveria ser obrigatória.
ResponderExcluirbeijos
Lele