Há alguns dias participei de um Webinar muito interessante com o tema "Get Kids to Listen Without Nagging, Reminding, or Yelling", em tradução livre "Consiga a atenção dos seus filhos sem implorar, relembrar ou gritar", ministrado pela especialista Amy McCready, da Positive Parenting Solutions.
Foi tão produtivo e eu fiz tantas anotações, que decidi fazer um post pra compartilhar com vocês alguns tópicos discutido, ao invés de somente postar na Fan Page.
* Rotinas - para dormir, comer, brincar, etc - são fundamentais para evitar os conflitos diários. Criança com rotina é mais feliz, pois se sente mais segura.
* PEDIR - IMPLORAR - LEMBRAR - REPETIR - LEMBRAR... é o ciclo que vivemos diariamente com nossas crianças, que acaba acarretando em CULPA, pois eles não obedecem e nós é que nos sentimos mal em brigarmos com eles.
* Crianças ou adolescentes não desistem de uma estratégia bem sucedida. Exemplo, chorar toda vez que quer comer alguma porcaria ou não quer dormir na hora. Ou seja, a birra dá o poder para a criança e ela sempre consegue o que quer.
* Por mais que pareça que a vitória foi nossa, crianças pequenas só fazem o que querem e quando querem, principalmente quando os assuntos são: desfralde, hora de dormir e hora de comer. A decisão final é deles, não nossa. *Fez muito sentido pra mim*
* Colocar de castigo (ou colocar pra pensar - dá na mesma) não ajuda a criança a pensar no que fez de errado. Apenas a coloca em uma situação de restrição física, onde ela fica pensando quanto tempo vai demorar para sair de lá.
* Estratégias falhas dos pais: Fazer chantagem, gritar, implorar ou enganar a criança (para obter algo) são subterfúgios que funcionam por um tempo, até a criança perder o medo ou parar de dar importância.
* A personalidade dos pais influencia diretamente no comportamento dos filhos. A culpa por um mau comportamento nunca é somente dos filhos, mas sim do ambiente que o cerca.
Aí a autora começou a falar sobre como lidar com as situações de birra, manha ou falta de engajamento para executar determinada tarefa e disse que em 85% das situações é possível aplicar essa técnica em crianças maiores de 2 anos e meio. São os cinco "Rs" das Consequências:
R1. RESPECTFUL: Seja RESPEITOSO com seus filhos. De nada adianta pedir respeito e não ter respeito ao falar ou pedir alguma coisa.
R2. RELATED TO MISBEHAVIOR: A consequência deve ser RELACIONADA ao comportamento. Por exemplo: Não fez a lição, como consequência, não vai poder jogar videogame.
R3. REASONABLE IN DURATION: A consequência de determinado mau comportamento deve ser RAZOÁVEL, baseada na idade da criança. Exemplo, um dia sem TV, duas horas sem brincar com o brinquedo favorito, etc.
R4. REVEALED IN ADVANCE: A consequência deve ser REVELADA com antecedência, para que a criança seja se sinta responsável pela decisão. Exemplo: "Se depois de brincar você não limpar seu quarto, não vamos passear no shopping". A decisão de ir ou não ao shopping ficou a cargo da criança e ela ficou sabendo com antecedência das consequências implicadas se ela não obedecer.
R5. REPEAT BACK TO YOU: Sempre usar da verbalização para que a criança REPITA o acordo. Assim ela visualiza e grava melhor o que deve ser feito.
Em casa apliquei essa técnica para o Tablet que comprei pro Dudu. Antes de entregar o Tablet, acordamos o seguinte:
Pode brincar com o tablet somente depois de tomar banho, jantar e fazer a lição. Se não, o tablet fica confiscado. Funcionou super, yay!
* Esses cinco "Rs" ajudam a criança a entender melhor os conceitos de causa e consequência, pois a decisão é tomada em conjunto.
* Um comportamento importante é de evitar o "Piggybacking", o famoso "Eu te disse". "Eu te disse que você ia perder o tablet se não fizesse a lição". Está errado. O certo é "Você não vai brincar com o tablet porque quebrou nosso acordo, mas da próxima vez tenho certeza de que vai agir certo".
* Depois de estabelecidos os cinco "Rs", é importante que a criança fixe por conta própria. Ou seja, não ficar lembrando o tempo todo que ele deve se comportar, senão a consequência será "x". Lembrar o tempo todo faz com que a criança não precise se lembrar de agir corretamente, já que os pais estarão lá para lembrá-lo das consequências. Exemplo prático:
- Hora do jantar. Não pode ficar se levantando toda hora ou eu entenderei que você já terminou e eu posso retirar seu prato. O que vai acontecer se você se levantar?. A criança repete.
- Primeiro dia, a criança levantou. Você relembra COM CALMA o que acontecerá se ela se levantar, mas não retira o prato naquele momento.
- Segundo dia, a criança levantou. Você retira o prato, coloca na pia e volta a comer. Sem falar nada, sem relembrar. No terceiro dia, a criança lembrará sozinha que não deve se levantar e a refeição será feita sem stress.
Outro exemplo: A criança não quer escovar os dentes. Nada de forçar a ação, você diz "Ok, você não quer escovar os dentes, sem problemas, mas eu vou ter que mudar sua dieta, para que você não estrague seus dentes".
* Chiliques e regressões: VÃO ACONTECER e isso é normal. Só não pode desistir. Quando a criança começa a lutar contra determinado acordo, isso acontece por três motivos:
- Não está feliz
- Quer mudar a SUA opinião sobre o assunto - ou seja, quer que você desista
- Quer mostrar quem manda mais, mesmo sabendo o que é o correto.
* Seja consistente que tudo vai dar certo!
* Ignorar o chilique quando se tratar de um chilique manipulativo. Existem os chiliques manipulativos (quero sorvete) e os que estão ligados diretamente às necessidades da criança (fome - sono - cansaço). Estes não devem ser ignorados, em hipótese alguma.
Lógico que ao final do webinar, a apresentadora ofereceu um serviço personalizado aos pais, por modicos 174 dólares, com consultoria, etc. Mas no geral, achei as dicas muito valiosas e simples de serem aplicadas no dia-a-dia.
E aí, gostaram das dicas?
Olá!
ResponderExcluirGostei sim. Pensei até em fazer uma agenda simplificada para colocar no mural dos meus dois filhos (3 e 6 anos), além é claro de procurar aplicar as dicas.
Muito obrigado
Léo
www.leonardodavid.com.br