Esse ano não tem sido dos mais fáceis pra mim. Com toda a mudança que aconteceu nos últimos meses (de casa, de estado civil, de emprego, etc etc), a vida ficou bem pesada, mas tenho levado da maneira que dá. Eduardo parece - ou parecia - ter sido afetado pouco por essas mudanças, porque tá sempre sorrindo, sempre feliz, coisa rica da mamãe.
No fim do ano passado, quando o mundo tava caindo na minha cabeça essas mudanças todas aconteceram ao mesmo tempo, eu não podia parar e me jogar na cama pra chorar em posição fetal o dia todo né? Fui em frente aos caquinhos, mas fiquei emocionalmente doente. Parei de comer, só vomitava e sentia muita dor de cabeça. Cheguei a emagrecer quatro quilos em menos de um mês (opa, nem tudo é ruim!), mas na época eu não percebi que isso era reflexo do que eu estava passando. Mais recentemente, assumi um cargo de maior responsabilidade na empresa onde estou trabalhando. Eu adoro o que eu faço, gosto mesmo, mas é uma função onde eu tenho que falar com muita gente nervosa, resolver bucha, ninguém chega pra elogiar o trabalho da minha equipe. Enfim, desenvolvi uma alergia que tomou conta do meu tronco e pescoço e que doía muito. Claro que fui parar no hospital chorando de dor e a primeira pergunta da médica foi "Está tendo uma semana difícil? Muito stress?". Na hora caiu a ficha e eu vi o quanto eu tinha tido uma semana difícil. Pá no meio da testa, doença emocional. Resultado: Antiviral fortíssimo por dez dias e cicatrizes que dificilmente vão sumir.
E Dudu que parecia meio incólume a essas coisas, ficou doente de uma hora pra outra na escola, chorando de febre e dor de barriga, o que me pareceu bem estranho, já que horas antes estava bem e saltitante. O pai chegou a levar no Hospital de tanto que o menino chorava de dor. Mas o mais estranho foi que ao me encontrar, a criança que estava derrubada, voltou a ficar saltitante na mesma hora, chegou em casa, jantou (não tinha comido o dia todo), dormiu a noite inteira, dor de barriga? Nem te viu.
Na hora não me toquei de novo, aí uma amiga perguntou pra mim se eu tinha dito que ia viajar e que a gente ia ficar alguns dias sem se ver. "Disse". "Certeza que foi isso". Na ocasião eu ia pro Rock in Rio ficar dois dias fora e ele iria ficar com o pai e falei isso pra ele. Mas como ele ficar super bem com o pai, nunca achei que isso poderia afetá-lo de alguma forma. Mas afetou e eu nunca imaginei que isso poderia acontecer. Agora estou bem mais esperta com esses lances, tenho conversado muito com ele, tentado entender o que se passa na cabeça dele, porque depois dessa ocasião, isso já aconteceu mais uma vez e novamente quando me viu ficou bem, passou dor, passou febre, passou manha!
Aí me lembrei de um texto do meu finado Sem Firulas (snif) escrito pela querida Jana Forteza que fala justamente sobre isso, do quanto o não falar, não botar pra fora nossos sentimentos, acaba refletindo diretamente na nossa saúde. Vou colocar o texto aqui embaixo, pois ele é muito interessante:
"Quando a boca cala.... o corpo fala".
Este alerta está colocado na porta de um espaço terapêutico.
Temos sempre a impressão (ou a cobrança social) que devemos ser amáveis 100% das vezes, que devemos saber calar, que não devemos gastar energia com o que não nos trará benefícios aparentes, que devemos relevar o que os outros fazem ou falam aparentemente sem pensar.
Nos foi ensinado (ou simplesmente cobrado) que nossas ações de passividade mostram uma boa educação e quem responde ao pé da letra não teve berço, vem de origem rampeira ou não sabe se comportar em sociedade.
No entanto, posso destacar dos maiores benefícios que as mais de três décadas sobre a terra me trouxeram, o entendimento que a pessoa mais importante na minha vida sou eu, importa o que eu penso e os meus valores. Deixei para trás o compromisso de ser aceita, de ser querida, de ser popular em nome do que eu prezo e do que eu acredito que é mais autêntico e mais importante para mim e para a pegada que deixarei no mundo quando dele partir.
Já não sou cordial, nem bem educada às raias da passividade. Não pretendo nunca mais sê-lo e acho que quem preza a própria saúde e os mais valiosos valores pessoais, deveria ao menos pensar em também adotar essa postura.
Não ter "jeitinho" e nem "deixa pra lá". Fazer o que é correto. O que deve ser feito. Dizer o que tem que ser dito e pronto. Sem choro nem vela.
Já é há tempos esse o meu jeito de viver. Não padeço de nenhuma das patologias que o anúncio adverte. E você? Aceita pensar sobre o assunto?
Quando a boca cala.... o corpo fala!!!
O resfriado escorre quando o corpo não chora.
A dor de garganta entope quando não é possível comunicar as aflições.
O estômago arde quando as raivas não conseguem sair.
O diabetes invade quando a solidão dói.
O corpo engorda quando a insatisfação aperta.
A dor de cabeça deprime quando as duvidas aumentam.
O coração desiste quando o sentido da vida parece terminar.
A alergia aparece quando o perfeccionismo fica intolerável.
As unhas quebram quando as defesas ficam ameaçadas.
O peito aperta quando o orgulho escraviza.
A pressão sobe quando o medo aprisiona.
As neuroses paralisam quando a criança interna tiraniza.
A febre esquenta quando as defesas detonam as fronteiras da imunidade.
Preste atenção!
PAF!
ResponderExcluirTapa na cara da sociedade.
Dudu fazendo a gnt refletir sobre cobranças.
Bjo nos dois
Não é? Coisa séria isso aí.
ExcluirSe a gente não se cuida e não cuida das quiança, fica assim. Bjs
Incrível como a gente somatiza mesmo e muitas vezes não percebe.
ResponderExcluirAdorei o texto e o seu depoimento.
beijo enorme
Lele
Sim, no momento do furacão a gente não percebe, é muito complicado. Espero me precaver e não precisar passar por isso de novo. Bjs!!
ExcluirTão bom ler vc de novo....saudades do Sem Firulas.
ResponderExcluirTomara que vc esteja conseguindo lidar com esses percalços da rotina, te entendo tanto....tenho uma rotina louca e estressante....se cuida, querida.
Saudades Rosi! Sempre leio os textos que vc posta sobre o crescimento do Dudu e dá pra perceber que vc tem mesmo uma rotina super corrida. Se cuida também, senão daqui a pouco tá doidona como eu. Bjosss
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