Loucura Materna: Convidada: Rasgando o coração, por @Elisa_Lemme

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Convidada: Rasgando o coração, por @Elisa_Lemme

Elisa Lemme fala neste post sobre a mistura de sentimentos no dia do parto e como o amor pelo filho veio com o tempo. Obrigada por deixar a gente publicar o texto aqui no Loucura!!

Sempre quis dar um determinado depoimento a respeito do dia em que Vinicius nasceu (há 1 ano e 9 meses), mais numa de utilidade pública do que por arroubo sentimental. 

Nunca fiz um relato de parto, desses que sempre leio na internet. Não fiz e nem pretendo. O dia em que Vinícius nasceu foi pra mim um dia tristíssimo. E isso nada teve a ver com o bebê propriamente dito. Não era depressão pós-parto, rejeição ou outras coisas ligadas ao puerpério. Com relação à parte técnica do nascimento, as coisas não poderiam ser mais perfeitas. Fiz uma cesárea com jeitão de parto normal, saí do hospital após 24h vestindo calça jeans. Sem dor, sem drama. Internação, fotos, parto, pós-parto, pesos, medidas, lembrancinhas, amamentação, visitas... Tudo mais do que certinho, tudo per-fei-to. Mas naquele 21 de junho de 2011 vivia o auge da minha separação, havia uma tensão terrível no ar (relativa ao fim do casamento e não ao nascimento) e mesmo com o coração cheio de alívio, eu era uma mulher muito triste. Reparem vocês que não disse que meu coração estava “cheio de amor” e sim de ALÍVIO. Porque, me perdoem as mães instantâneas, mas eu não senti o tal amor-miojo-pronto-em-3-minutos pelo meu Vini. O amor veio com o tempo.

Daí vocês perguntam: “ok, Elisa, mas em que esse seu rasga coração pode ser útil?” 

Respondo: Acho injusta e violenta com a mulher a idealização do dia do nascimento. A obrigação folclórica de “ESTE SERÁ O DIA MAIS FELIZ DA MINHA VIDA”. Porque ninguém discute tratar-se de um dia muito importante, um dia de revolução, um dia em que você morre e nasce de novo. Mas pode sim não ser o dia mais feliz da sua vida. E isso também é normal. Isso é a vida.

Veja bem, se pra você que está lendo foi o dia mais feliz, tanto melhor. Claro. Quem recusa felicidade? Mas se não foi NÃO SE CULPE como eu por muito tempo me culpei. O dia do nascimento é bacana, mas é apenas o primeiro de muitos dias que você terá com seu filho. E você terá tantos dias felicíssimos, tantos dias de coração transbordando que, olha, nem te conto.

Elisa é mãe do Vinicius, de 1 ano e 9 meses, esse lindo aí da foto!


3 comentários:

  1. Elisa é um dos amores da minha vida, só não compus uma música pra ela porque um tal de beethoven já fez. E alguem me explica porque ela parou de escrever no blog dela? #voltaelisa

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  2. Nossa, incrível! Os dias dos nascimentos dos meus filhos foram dias felicissimos, mas com certeza tive outros dias AINDA MAIS felizes com o crescimento deles... e tenho uma amiga que falou exatamente isso... o amor veio crescendo e é assim. Perfeito!

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obrigada pelo comentário!

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