Loucura Materna: Convidada Especial: Mães blogueiras são o novo preto - por Carolina Longo @ctlongo

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Convidada Especial: Mães blogueiras são o novo preto - por Carolina Longo @ctlongo



Esse texto matador sobre a relação de empresas e agências com as mães blogueiras foi publicado pela Calu em seu Facebook e nós pedimos que ela autorizasse a publicação aqui. Obrigada amiga!!


Mães blogueiras estão na moda. Não passa um mês sem que algum jornal, revista e até programa de televisão faça uma matéria com esse tema.

E não é para menos. A comunidade de mães blogueiras explodiu nos últimos anos: uma em cada oito mães online escreve um blog. E sua audiência também tem crescido: 54% das mães online visitam blogs pelo menos uma vez por mês. E nas mídias sociais elas também não ficam para trás: 76% das mães online frequentam sites de mídia social.

Combine essa grande produção e alto consumo de mídia digital das mães com seu controle sobre a decisão de compra da maioria dos ítens familiares, e você vai entender por que marcas - grandes e pequenas – estão se esforçando para tirar proveito da oportunidade de marketing que “mães blogueiras” representam.

Mas, é aqui que grande parte destas marcas acaba pecando: você não pode querer tirar vantagem da mãe. Você tem que construir um relacionamento, ser convidado a entrar em seu círculo de amizades e ganhar a confiança dela. Isso leva tempo e não existe um atalho.

Aqui vão algumas lições que aprendi nesses 8 anos trabalhando com Marketing para Mães sobre este relacionamento entre marcas e mães blogueiras:


1. Mãe não é tudo igual

Os profissionais de Marketing precisam perceber que mães blogueiras não sáo um veículo de mídia. São pessoas únicas e diversas. O Universo de mães blogueiras é muito maior do que um monte de mulheres escrevendo sobre a criação dos filhos. Elas escrevem sobre uma grande variedade de assuntos como culinária, fotografia, viagem, passeios, trabalho. E mesmo quando duas mães tem blogs sobre o mesmo assunto, elas tem diferentes abordagens e pontos de vista. As agências e profissionais de comunicação não podem abordar essa comunidade de mães blogueiras de maneira uniforme, achando que é tudo igual.

Apenas enviar releases de produtos e campanhas, ou no mês de maio lembrar que elas existem e enviar um presente para mães blogueiras não aumentará o envolvimento delas com sua marca, e nem criará um buzz na blogosfera.

Ao contrário do que já ouvi de algumas agências, a comunidade de mães blogueiras não é uma solução rápida e barata de se espalhar uma mensagem, seja sobre um novo produto, serviço ou promoção, e achar que as mães responderão em massa. Elas são mulheres com suas particularidades.

Não confunda mães blogueiras com TV: uma mídia de massa em que você simplesmente coloca seu comercial e a mesma mensagem atende a todos.


2) Você não pode “ficar” com uma mãe, você tem que se casar com ela.

O que leva uma mãe a ter uma presença digital e criar um blog não é prestígio, nem ganhar dinheiro, nem prestar serviço à marcas. Mães estão online para socializar, se conectar e se relacionar com amigas. E elas são, por natureza, pessoas que cultivam relacionamentos.

As mídias sociais e os blogs proporcionam para as mães uma maneira maravilhosa de se manterem conectadas com suas amigas e familiares, e ainda construir uma comunidade virtual.

Para um profissional de marketing obter sucesso com esse público, ele deverá reconhecer e respeitar isso. Ele deverá fazer uma conexão pessoal com ela, e consequentemente com sua audiência e a comunidade virtual ao seu redor. A melhor coisa que esse profissional pode fazer é criar empatia por essa mãe, e entender o cenário em que ela vive – e isso leva tempo! Ela pode ser uma mãe que trabalha fora, pode ser uma dona de casa, pode ter 2, 3 ou 4 filhos e ela com certeza enfrenta desafios dentro de sua realidade. E é ai que estão as oportunidades.

Minha dica é: se interesse. Genuinamente se interesse por essas mães, conheça suas vidas, suas rotinas, e seus desafios. E eu garanto que dessa maneira você terá uma chance muito maior de criar relacionamentos duradouros com forte espírito de parceria.


3) Não faça nada sem ter um plano de relacionamento

É muito comum empresas me procurarem para pedir uma lista de mães blogueiras influentes para enviarem um presente. E estes presentes vão de uma viagem à Paris a bonequinhos de pelúcia.

As agências acreditam que mandar um presente para uma mãe é uma maneira de fazê-las escrever sobre seu produto. Então eles enviam, medem o resultado e ponto final.

Ponto final???

Você já viu uma mulher que depois de um encontro fica ansiosa ao lado do telefone esperando ele ligar? É mais ou menos assim que a gente se sente quando uma empresa nos prestigia, nos manda um presente e depois desaparece…

Então antes de mandar qualquer presente, tenha um plano duradouro de ações. Se não tiver, é melhor nem começar. Porque a frustração que isso gera é maior do que o prazer de receber um presente.


4) E o mais importante: não me envie só um pé do tênis.

Há alguns meses aconteceu um caso que mostra claramente o que não se deve fazer. Uma empresa de calçados infantis com forte presença nas redes sociais entrou em contato com algumas mães blogueiras pedindo seus endereços para enviarem um sapato para os filhos pintarem. Claro que todas aceitaram esse gesto, que além de um presente legal seria uma boa atividade para estreitar a relação mãe e filho. E a empresa enviou um pé de tênis para cada uma. Vou repetir: eles enviaram apenas um pé do tênis! Que grande maneira de mostrar para uma mãe que você não se importa: mande apenas um pé de tênis sem pensar nas consequências.

O resultado? Um buzz na internet: uma legião de mães revoltadas por verem seus filhos frustrados sem poder usar os tênis que eles pintaram.

Essa relação é uma via de mão dupla. Elas estão dispostas a apoiarem marcas e deixar que elas entrem em suas vidas, suas casas e seus corações. Mas os profissionais de marketing precisam investir no relacionamento tanto quanto as blogueiras. Eles precisam entender os sentimentos e criar empatia. Estes profissionais deveriam se perguntar de onde as mães vem, o que elas vivem, o que elas gostariam, e, em seguida tentar atender a essas necessidades.

E se uma mãe está disposta a receber seu produto para escrever um post, não envie pela metade!



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