Loucura Materna: Etiqueta (ou a falta de) nas visitas de Maternidade

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Etiqueta (ou a falta de) nas visitas de Maternidade

Seu filho nasce às dez da noite e no dia seguinte – dia útil – as visitas chegam constantemente na maternidade, fazem uma horinha e vão embora. Perfeito. Nada demais receber visitas se não houver nenhum problema com você e nem com o bebê. É agradável e ajuda a passar o tempo.
Aí no final do primeiro dia, você está zonza, cansada, com dores, com um pacotinho enrugadinho no berço ao lado da cama e pensa “finalmente vou descansar”. E todas as pessoas que não apareceram durante o dia para te visitar resolvem ir à maternidade. Todas juntas. Aquela maravilha de quarto privativo que você pediu no convênio começa a não soar como a melhor das idéias. Você vê crianças correndo e gritando, gente que veio da rua pegando seu filho sem ao menos lavar as mãos, “Mas eu passei álcool gel, tá?”, televisão ligada na novela, gente andando pra lá e pra cá, falando todas ao mesmo tempo, te perguntando coisas que você não sabe ou não quer responder, querendo ver o corte da cesárea (oi?). Por alto, excluindo você, seu marido e filho, catorze pessoas dentro de um quarto que apesar de privativo, não é suíte de hotel cinco estrelas. Seu filho de olhinhos fechados nem tchum pra hora do Brasil.

Não sou contra visitas na maternidade, apesar de não ser praticamente dessa modalidade. Acho legal as pessoas irem te visitar, conhecer seu filho, é sinal de consideração, acho válido mesmo. Mas no meu caso meu quarto virou literalmente uma balada, meu marido comprou refrigerante, salgadinho, minha mãe levou bolo, juro, faltou só o DJ. Gente amontoada na minha cama (aquela que você tem que ficar deitada, sabe?), gente cheia de dedos em cima do berço perfeitamente esterilizado. Fotos, muitas fotos!!! Naquela noite, teve um momento que eu olhei aquele mundaréu de gente apinhada dentro do meu quarto, conversando entre elas (e ninguém falando comigo, perceba), meu filho ali do meu lado dormindo e eu pensando “O que é que eu to fazendo aqui que não dei uns gritos e mandei todo mundo pra casa?”. Por volta das dez da noite as pessoas foram embora – porque a enfermeira mandou - e naquele dia mesmo eu conheci os potentes pulmões do meu filho, que berrou a noite toda.

No dia seguinte, o mesmo fluxo lento de pessoas durante o dia e a balada a noite. No terceiro dia, saímos do hospital, chegamos em casa e a noite as pessoas começaram novamente a chegar. Que eu fiz? Deixei ele na sala deitado na cadeirinha e fui pro quarto chorar. Chorei um monte! De dor, de nervoso, de ansiedade, de confusão mental, de raiva, de cansaço, de esgotamento. Não bastasse a balada no hospital, minha casa também ia virar point na night?

Fonte: Google

E eu nem acho que as pessoas fazem de propósito. A família quer ver o neto/sobrinho/primo, mas porque ninguém pensa que os pais e o bebê precisam descansar? Eu quando vou visitar alguém na maternidade ou em casa, principalmente nos primeiros dias, chego, bato um papo, olho o bebê e tchau. Coisa rápida.

Tem gente que não se importa e no fim das contas acho que eu também não me importaria se as pessoas tivessem o mínimo de noção. Sou chata mesmo, pode falar! E se um dia eu tiver outro filho, espero que eu tenha coragem de fazer diferente, de alardear menos o nascimento, de ficar numa boa no hospital e poder curtir meu filho.

Ou não né? Porque não tem bicho mais besta do que mãe.

28 comentários:

  1. Depois que tive meu filho, só vou visitar o bebê depois de alguns dias ou até um mês. Pode parecer que sou mal educada e blábláblá, mas não gostei de ter a casa cheia num momento de descobrimento do meu bebê. 
    Beijos,
    Ana Carolina

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  2. Ahhh nem me fala!
    Na maternidade cheguei a ter uma visita que ainda falou: "A gente tava caminhando e resolvemos passar aqui!" (tipo, chegaram com roupa de caminhada, suados, enfim =>sem comentários).
    Qdo a Helena nasceu, mandei um e-mail bem delicado pra TODOS os meus contatos avisando o nascimento, como foi, como estavamos, etc. E ainda escrevi bem querida, que ficaria muito feliz com a visita de todos no mês seguinte. Recebi críticas e muitos elogios com esse e-mail. Mas pensa que adiantou? Parte do povo, aquela "fatia" sem noção, apareceu. Não tem jeito. Quem é "fora da casinha" é fora mesmo... a gente é que tem que relevar eu acho. Será que somos chatas demais?

    Beijos!

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  3. Ah thaiz, não acho que vc seja chata não.. Visita na maternidade pode até ser  mas meia horinha no máximo..A mãe está cansada, não só pelo parto mas, por não ter dormido direito há pelo menos uns 3 meses por causa da barrigaa. Legal, é um serzinho novo que chegou ao mundo mas gente, e a mãe? a mãe tb chegou agora, está cheia de dúvidas, se aaptando a uma nova vida..ficar até tarde em casa..não, não é assim.. As pessoas precisam ter bom senso, saber que tem hora pra ir embora, saber que a criança é recém saída de um lugar totalmente estéril e pegar metrô lotado e depois encarapinhar seu filho no colo delas é uma p** falta de respeito com ele mesmo. A mesma coisa é quando a pessoa dá seu filho com horas ou dias de vida, para outra criança segurar..a menos que a mãe não se importe ou que a outra criança seja irmão de quem nasceu (mesmo assim com restrições..)
    Eu não gosto, tb tive diversas situações desagradáveis no comecinho e vou ser sincera, mesmo hj ainda tenho muuuuuitas chatices com a Anna..
    bjs!!

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  4. Difícíl é fazer as pessoas entenderem. Todo mundo quer ver o bebê, OK, mas parece que vão morrer se não virem o bebê naquele momento. CREDO

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  5. A noite a frase é "vim do trabalho, peguei metrô e ônibus lotado e vim aqui pegar seu filho sem nenhum anticorpo". AI QUE ÓDIO!
    Se todo mundo fosse sincero com essas coisas, esses posts não teriam necessidade né?
    Beijo!!

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  6. Eu adorava visitas na maternidade e em casa, sempre fui sincera, do tipo: "Agora me deem licença, pois vou dormir!"

    O único dia que fiquei incomodada mesmo foi no dia que o Felipe nasceu.

    Sai da sala de recuperação vi minha mãe e uma amiga querida no corredor do Hospital, elas me deram tchau e disseram que voltariam no dia seguinte por que eu tinha que descansar e tinha muita gente no quarto. Quando sai de lá só estavam as duas, não entendio bem, mas concordei...

    Quando entrei no quarto - tipo assim, pelada, recém operada, sangrando - lá estavam, TODA a família do meu marido. Três tias, um tio e um primo. Oi? Gente, me senti muito mal, envergonhada em estar naquele estado e eles ali... Não era a MINHA família, mas a família do Ivan, pensem?

    A sorte é que o Felipe não foi pro quarto de imediato, se não sabe Deus que horas eles teriam ido embora.

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  7. Eu tive visitas constantes e uma visita em particular (COF COF) que foi comigo pra maternidade na hora do parto, ficou no quarto qdo a enfermeira foi ver minha depilação (e não saiu, imagina, "sou de casa!") e nos dias seguintes chegava as 8 e ia embora as 22. To bem né?

    Da próxima vez vou aparecer com filho parido em casa, viu!

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  8. Quando o João Pedro nasceu o meu quarto era enfermaria, o que não permitia que meu marido ficasse lá o tempo todo e as visitas eram apenas 2 pessoas por vez. E acredite, isso também me cansou. Ele nasceu num sabado a noite, então, domingão tava todo mundo lá, eu sei que quem foi, foi porque de fato queria vê-lo, mas aquela história de receber duas pessoas, contar um monte de coisa, responder um monte de pergunta e dali a pouco receber mais duas pessoas e falar as mesmas coisas, responder as mesmas coisas, afff, aquilo me cansou. Sem contar que como era enfermaria tinha mais uma mãe com o bebê lá no quarto e é normal as visitas da outra pessoa dar uma olhada no seu filho e tals.. Mas o que mais que irritou foram as próprias enfermeiras que vinham toda hora fazer alguma coisa e principalmente insistir pra eu amamentar. Tá eu sei que era o papel delas, mas era bem difícil tentar fazê-lo amamentar (eu não tinha "bico" e isso dificultou mais as coisas), receber visitas, sentir dor, enfim... As visitas iam embora as 21h e depois disso tínhamos um sosseguinho até porque os bebês não dormiam com a gente no quarto.. Ahh, e o detalhe né? Eu tava na cama da janela e o quarto ficava em cima da entrada de carga e descarga do hospital, então era caminhão o dia inteiro na minha janela, mas enfim... Acabou, né? Em casa foi mais tranquilo, minha mãe veio me ajudar, minha irmã tirou férias pra ficar comigo e meu marido estava desempregado na época então era possível receber as visitas (que foram em menor quantidade!) mais tranquilamente. 
    Bom, hoje tenho duas amigas muito próximas que estão grávidas e tenho planos de visita-las no hospital e claro, ajuda-las no que for preciso, mas sempre com aquela moderação que só quem já passou por isso sabe como é, rs.
    Beijos meninas!!

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  9. Vou aguardar a minha vez, tomara que não seja assim.

    beijos.

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  10. O seu quarto virou balada só à noite? Sorte sua, o meu virou balada desde o meio dia! Ellis nasceu à noite e no dia seguinte passaram pelo meu quarto 32 pessoas!! Sério!!

    No auge, marido contou 22 pessoas ao mesmo tempo. Tinha gente no corredor! A maior parte chegou e foi embora logo, mas tem gente que não se toca. Podia pelo menos sair do quarto e dar uma volta enquanto as pessoas que chegaram aquela hora pudessem entrar e te ver e ver o bebê, já que foram lá pra isso. Mas não, pra quê? Tanto que minha tia e meu tio que amo de paixão foram embora e nem viram Ellis. FIM. Mas ainda assim prefiro visitas na maternidade, bem ou mal uma hora o povo se toca que é hospital e vai embora, tem as enfermeiras que tocam o povo. 
    Em casa o povo chega e fica de vez!! E como é a sua casa, você acaba tendo meio que fazer sala, oferecer uma água, um café... Affe.
    No dia seguinte que cheguei da maternidade vieram uns amigos da minha mãe que não foram na maternidade. Foram embora uma da manhã, queria morrer.

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  11. eu gostava de receber visitas, mas depois do banho, pq se vc faz cesarea como foi o meu caso, vc fica suja por horas porque não pode levantar...

    http://rafaelando.wordpress.com

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  12. thata, vc falou tudo !!!
    pra vc ter uma ideia de como eu sou chata, não avisei nem minha mãe que tava indo parir, pensando que ia ficar ilesa.
    Meu filho nasceu na hora da visita e era um entra e sai naquele quarto que quase morri .
    hj eu só visito as amigas recem mães depois de 40 dias , pq acho que os pais precisam do momento familia e nós precisamos descansar ainda mais como eu depois de 14 horas de trabalho de parto .

    bjus

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  13. Adorei o Post! Minha segunda vez está chegando e já estou preocupada em como vai ser, já que a primeira foi meio traumática, digamos ... me respondam, que mal ou anormalidade há em uma mulher querer a sua mãe para acompanhá-la na recuperação ao invés da sogra? E quem disse que a sogra entendeu isso? Foi um caos ... chantagens, cara feia e mil mimimis ... não sei se tenho paciência pra tudo isso de novo! 

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  14. Aff.. na minha proxima gravidez no dia do parto só vou avisar um mês depois que a criança nasceu!  rsss
    Meu quarto parecia balada tbm, rolou cerveja e champagne! 45 pessoas em um só dia! teve um momento que tinha 13 pessoas no meu quarto.

    Pessoas falando um monte de coisa, para eu fazer comigo e com o meu bebezinho! 

    Explodi, chorei e mandei o povo embora! 

    depois me entenderam ..rsss

    Hoje em dia tbm .. faço como vc! 
    Oi ! tudo bem ? Olha uma lembrança para o baby ! Tudo de bom ! se precisar de algo me liga ! .. bjs  ( 20 minutos no máximo)

    rsss

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  15. Bom. minha família foi pouco ao hospital, até pq ganhei no meio da semana, em uma cidade diferente, o que limitava um pouco o povo.
    No dia que nasceu, a noite, alguns amigos fsou fora, e quando estavam lá chegou meu obstetra (ele é p máximo, sem papas na língua, engraçado e não ta nem aí p o q as pessoas possam falar dele) e deu um sermão em todos, dizendo que não se deve visitar no 1 dia, que eu teria que falar, e isso iria me encher de gases, e depois ia ficar com dores horrorosas... E que isso acontece com as novas mães p[or culpa das visitas... entre outras várias coisas... Sei que elas foram embora, e eu ri né?? haha No outro dia, foram minhas irmãs (sem cunhados) meu marido, meus pais e a ajudante da minha mae, q trabalha com ela há quase 30 anos e me criou praticamente. PONTO... Depois só na semana seguinte o povo começou a aparecer, e eu adorei!
    No próximo, vou limitar mesmo, sou dessas tbem de dizer: da licença que tenho que amamentar / dormir / tomar banho / ou qualquer outra coisa.
    Pena que meu obstetra se aposenta essa ano, e no próximo terei que ver alguém diferente...

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  16. Olha, seu Obstetra é meu ídolo, geralmente eles nem ligam pra essas coisas.
    Da próxima vez eu vou dar uma de louca, quero nem saber!
    Bom saber que mais gente pensa assim!

    Beijos!!

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  17. Ai Angels, me abraça?? Vc pelo menos teve coragem de mandar o povo embora, eu fiquei lá engolindo sapo dias a fio!

    Ainda bem que temos noção e fazemos diferente né?

    Beijo sua linda! Tá sumida!!!

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  18. Se puder faça diferente! Pq a gente pode engolir sapo em detrimento dos outros né?
    Quer dizer, todo mundo pode fazer mimimi e cara feia e a gente não pode? Ah vá!!
    Vou torcer pra que dê tudo certo e que vc fique bem tranquila com o filhote!
    Depois vc me conta como foi?

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  19. Putz, vc ainda tentou mas nem assim né? Um pouquinho de respeito não faz mal a ninguém, pelo contrário, só faz bem aos pais e ao bebê.
    Se eu pudesse nem na maternidade eu iria, mas algumas pessoas fazem questão, então eu vou mas faço literalmente visita de médico!
    Bjs!!

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  20. Eu tb gosto das visitas!! Juro, nada contra mesmo! Mas visitas que chegam e ficam indeterminadamente não dá! Ainda mais depois de um parto, aff!

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  21. Vem cá, me dá um abraço! Sua história ganhou da minha! Ficar fazendo sala até uma da manhã não é de Deus!!!

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  22. É, pelo jeito tem o lado ruim da enfermaria tb né? Nem assim vc se livrou dos chatos!
    Moderação é tudo na vida!

    Beijos sua linda!

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  23. Eu cheguei a dormir em uma das visitas. Eu tava muito cansada. E nem assim as pessoas se tocaram, continuaram lá, falando, rindo, pegando meu bebezinho... QUE ÓDEO!

    Hoje sei que tenho forças pra fazer diferente numa próxima vez!

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  24. Eu ainda prefiro mil vezes as visitas no hospital do que as do dia quando a gente chega em casa! hahahaha

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  25. Eu nunca tive filho, não sei como é a rotina de uma parturiente; mas, acho que  HÁ DIA E HORA PARA TUDO;  inclusive para as visitas, principalmente  para uma mamãe recém operada que precisa de descanso.  Acredito que visitas no primeiro mês (resguardo) não são de bom tom. Tem gente nova na casa que precisa de cuidados; a mamãe  está numa fase de adaptação  enfim, tem uma série de detalhes.
    Eu acho que visitas durante o resguardo é quase a mesma coisa quando você chega de viagem em casa,  e no DIA SEGUINTE aparece uma visita que diz que "não estava aguentando de saudades". Ai! Isso me mata!! Pô! Você ainda nem acabou de chegar, 
    nem está reconhecendo a sua casa,  ainda está flutuando pensando  que ainda está lá  na cidade visitada, nem ainda desfez as malas, nem arrumou a casa  e vem aquela pessoa interromper o seu devaneio, a sua depressão pós-viagem,  acho isso chato.
    Desculpem o desabafo, mas  eu já passei por várias situações sobre visitas. Um dia vou criar um blog sobre o assunto.
    Veja esse vídeo com diversas dicas de Glória Kalil sobre etiqueta na hora de visitar um amigo.

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  26. Ai meu Deus!! Esqueci de dizer qual o vídeo de Gloria Kalil
    http://www.youtube.com/watch?v=5BfwZcXjSeA&feature=player_detailpage

    Glorinha Kalil é uma diva!!!

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  27. Adorei o jeito que descreveu tudo, parece que vi um filminho. 

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obrigada pelo comentário!

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